Comerciantes de Roraima vivem expectativa de reabertura das lojas

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09/07/2020

O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac Roraima, Ademir dos Santos, disse que os empresários do Estado vivem uma perspectiva otimista, com a anunciada reabertura dos estabelecimentos comerciais no próximo dia 20, depois de quatro meses fechados, por conta da pandemia do novo coronavírus. “Estamos torcendo para que não haja um novo aumento de casos de vítimas da covid-19”, afirmou em 8 de julho, durante a live CNC Responde, no Instagram da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

As atividades vinculadas à Fecomércio repreesentam 52% da economia de Roraima e é o segundo maior empregador, atrás apenas do setor público. É o que mais sofre em consequência da pandemia do novo coronavírus, revelou o dirigente.

Dados até maio, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, indicam que aproximadamente 800 postos de trabalho foram extintos com o fechamento de lojas, número que deverá crescer exponencialmente com a inclusão de informações de junho. “A situação só não é mais grave porque os empresários estão utilizando as novas regras trabalhistas, que permitem a redução da jornada de trabalho com o equivalente salarial e a suspensão temporária de contratos, entre outras”, enfatizou.

“Chegou-se a alimentar uma perspectiva positiva diante de uma possível reabertura do comércio na próxima semana, mas isso não se concretizou em virtude do elevado número de leitos hospitalares ocupados com pacientes infectados pela covid-19. O Governo do Estado e a Prefeitura entenderam que seria prudente prorrogar o fechamento por mais uma semana.”

Ações

Desde o início da pandemia, a Fecomércio-RR tem feito, ao lado de outras entidades empresariais do Estado, um grande esforço para minimizar os danos à atividade produtiva. Entre elas, a questão dos tributos, que tem muito peso no orçamento corporativo. Uma reivindicação essencial encaminhada ao Governo do Estado e à Prefeitura foi a postergação de prazos de pagamento de impostos, que foi atendida.

Os comerciantes não queriam fechar as portas do varejo, mas foram convencidos pelas autoridades sanitárias, no sentido de que, em março, quando a decisão foi tomada, era o melhor a ser feito. “Apesar do forte impacto na vida empresarial, foi importante termos a consciência de que estamos lidando com vidas – infelizmente, houve muitos óbitos –, e todo o cuidado e respeito são prioritários”, comentou o dirigente.

Desde o momento que se oficializou a data de reabertura do comércio, a Federação começou a elaborar uma cartilha de orientação e um vídeo para orientar o comerciante sobre normas sanitárias fundamentais – como uso de máscara e higienização com álcool – e ações de segurança. O objetivo, explicou, é proteger tanto funcionários como clientes, evitando ao máximo um possível repique da doença, que leve, o que seria muito ruim, a um novo fechamento de lojas.

Sesc-Senac

Os braços sociais do Sistema Comércio continuaram ativos no período de distanciamento. Os funcionários do chamado grupo de risco – idosos, hipertensos, cardíacos, diabéticos, entre outros – foram colocados em home office, mas mantendo as atividades de Sesc e Senac. “Vivemos um outro momento de fazer ação social, de educar”, disse.

Um dos trabalhos importantes foi a produção de máscaras, entregues aos profissionais que estão na linha de frente de combate à pandemia.

Através do Mesa Brasil foram arrecadados aproximadamente 800 mil quilos de alimentos, distribuídos a 37 entidades assistenciais credenciadas, atendendo 87 mil pessoas. Nos restaurantes do Sesc, que estão fechados temporariamente para evitar aglomeração e riscos de contaminação pelo novo coronavírus, os usuários podem usufruir o serviço na forma de takeout, ou seja, o consumidor vai ao local, compra a marmita e leva para casa.

Ainda como ação do Programa Mesa Brasil e dentro do compromisso social do Sistema Fecomércio, ele se referiu à campanha emergencial Sesc Com Você, para amenizar os efeitos da pandemia. A ação beneficia os trabalhadores do comércio que recebem até dois salários mínimos e possuem o cartão Sesc atualizado e/ou alunos matriculados na rede de ensino do Sesc-RR.

Os alunos das escolas de ensino fundamental e médio do Sesc e profissionalizantes do Senac migraram para plataformas de ensino on-line na internet. “Chamou a atenção que, no período de pandemia, o Senac recebeu 1.007 matrículas em seus 15 cursos.”

Crédito

Ademir dos Santos elogiou a iniciativa do governo federal de criar o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), para dar suporte financeiro aos empreendimentos. Mas lamentou que o acesso ao dinheiro, no total de R$ 15,9 bilhões, disponíveis desde o mês passado, seja muito difícil, tanto em bancos públicos como privados. “Em Roraima, muito poucos conseguiram liberar os recursos”, informou.

O dirigente considera incompreensível o comportamento das instituições financeiras, já que elas não correm risco algum. Lembrou que o governo federal lançou o Fundo Garantidor de Operações (FGO), com recursos do Tesouro Nacional, que avaliza empréstimos via Pronampe. “Não há risco para quem empresta”, cobrou.

Negócios virtuais

Segundo o presidente da Fecomércio, em Roraima, 97,5% dos empreendimentos são de micro e pequenas empresas, que não teriam condições de bancar uma plataforma para o e-commerce, modalidade de vendas em que os negócios e as transações financeiras são realizados via dispositivos e plataformas eletrônicas. Comprar pela internet se tornou um hábito cada vez mais comum entre os consumidores. “O e-commerce é irreversível, e a pandemia reforçou essa opção.”

Atenta a isso, a entidade fez parceria com a Convem, uma empresa dedicada à criação de lojas on-line. A ideia é ajudar o empresário a ingressar com seu negócio no ambiente virtual e, com isso, potencializar as vendas. Santos orienta que os interessados conheçam os detalhes no site da Federação (www.lojaonline.fecomerciorr.com.br).

A entidade também disponibiliza seus técnicos para esclarecer dúvidas e apoiar o empresário nesse empreendimento. Além de apoio técnico, a Convem garante treinamento em vendas e marketing para capacitar a equipe, incluindo promoção nas redes sociais e posicionamento no Google.

Turismo

Até o início de fevereiro, o Turismo era o maior gerador de empregos do Estado. Com a disseminação da covid-19, o segmento foi o mais afetado e as atividades a ele ligadas foram praticamente a zero. Ele citou como exemplo a Estância Ecológica Sesc Tepequém, um dos maiores polos turísticos de Roraima, a 210 km da capital Boa Vista, com capacidade para 80 hóspedes, que está fechada há quatro meses.

Como no resto do Brasil, bares e restaurantes ficaram sem receita, exceção para alguns que mantiveram o serviço de drive thru ou delivery, mas cuja contribuição chega em média a apenas 5% do faturamento. “Ninguém sobrevive dessa forma”, sentenciou.

“Vamos passar por essa crise e voltar à vida em um novo normal. Temos que ter fé e esperança. O empresário é um abnegado e vai reconstruir seu negócio, com o apoio técnico e estratégico da Federação,” finalizou.

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