Em defesa da atividade produtiva, Fecomércio-RS atua pela reabertura do comércio

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04/08/2020

O comércio do Rio Grande do Sul foi fortemente atingido pelas restrições impostas pelo Governo do Estado ao funcionamento das atividades econômicas em função da pandemia. Esse quadro começou a mudar quando, em meados de março, um decreto estadual criou o Gabinete de Crise, e os empresários ganharam voz – no setor terciário, via Fecomércio-RS –, ao lado de diversos especialistas e representantes de outras entidades.

“A Fecomércio acentuou a sua posição em defesa da atividade produtiva, ao mesmo tempo em que se tornou partícipe no processo para enfrentar, monitorar e definir ações para minimizar os impactos da doença na economia”, disse o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, em relato durante sua participação na live CNC Responde, nas redes sociais da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Protocolo de retomada

Entre as ações institucionais, está a articulação direta e quase diária com o Governo do Estado, com o envio de manifestos e ofícios e reuniões de alinhamento. “Tínhamos que retomar, tão rápido quanto possível, as atividades”, afirmou, destacando que, com esse objetivo, a entidade elaborou, com o suporte de técnicos do Sesc e do Senac, um protocolo de retomada das atividades. O documento descreve ações básicas, mas essenciais, a serem adotadas, como uso de máscara e equipamento de proteção individual (EPI), higienização com álcool em gel, adoção de distanciamento social, etc.

Mas logo em seguida, segundo Bohn, o Governo do Estado criou o Modelo de Distanciamento Controlado, usando bandeiras coloridas para sinalizar o grau de risco em cada uma das 20 regiões em que o Rio Grande do Sul foi dividido. Nas regiões, são analisadas semanalmente a velocidade de propagação da covid-19 e a capacidade de atendimento do sistema de saúde para determinar a cor da bandeira, que vai da amarela, em que a situação está próxima do normal, à preta, na qual o quadro é o mais grave.

Pela complexidade da decisão, por conta da necessidade de obediência aos critérios para reabertura, isso exigiu uma adaptação ainda maior dos comerciantes. O faturamento das lojas, como ocorreu em todo o Brasil, despencou, e o desemprego se acentuou. Dados da Federação indicam que 123 mil postos de trabalho foram fechados, somente entre março e maio.

“É o pior momento vivido pelo empresário: demitir seus funcionários, porque são famílias atingidas, é renda que deixa de ser gerada, além do custo elevado para o empregador”, declarou Luiz Carlos Bohn, que também é vice-presidente da CNC.

Confiança

E, de acordo com o dirigente, nem mesmo o comércio de serviços essenciais escapou da queda de receita por conta da redução do movimento, “porque as pessoas estavam com medo de sair de casa”. Mas há uma confiança no meio empresarial, revelou o dirigente, de que até o fim deste ano a situação tenha melhorado e as atividades ficam mais próximas do normal.

Luiz Carlos Bohn ponderou que não há evidência alguma de que o interior das lojas, com a adoção dos protocolos sanitários e de segurança, possa ser foco de disseminação da covid-19. “Esse é um dos alicerces da defesa que fazemos da abertura gradual do comércio”, enfatizou.

Em julho, inclusive, a Federação lançou, em parceria com sindicatos filiados, a campanha “O comércio quer trabalhar”, com peças divulgadas em TVs, redes sociais e outdoors, pedindo a retomada permanente do comércio e defendendo que as lojas não são focos da transmissão da doença.

“A mensagem que estamos querendo passar é que não dá mais para esperar. Muitas micro e pequenas empresas fecharam suas portas, e isso é uma perda muito grande para a economia.”

Tributos e recursos

Bohn informou, finalmente, que, desde o início da pandemia, a Fecomércio-RS trabalhou muito para amenizar a situação das empresas na questão tributária. Assim, negociou-se com o Governo do Estado a prorrogação do pagamento de tributos, e a área técnica orientou os empresários sobre o uso das medidas provisórias que permitiam a redução de salários e a suspensão temporária de contratos.

“Também se lutou muito pela liberação dos recursos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que tem taxas muito favoráveis ao tomador”, concluiu.

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