Fecomércio-AL dialoga com autoridades para amenizar efeitos da crise

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03/08/2020

A decretação do distanciamento social, com a suspensão das atividades comerciais, em meados de março, levou a Fecomércio-AL a buscar, em diálogo com o Governo do Estado e a Prefeitura de Maceió, a flexibilização da medida. A intenção foi evitar o agravamento da crise econômica em face da pandemia, disse o presidente da Federação, Gilton Lima, na live CNC Responde, em 30 de julho, nas redes sociais da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A negociação com as autoridades, frisou o dirigente, foi precedida de uma reunião de alinhamento da Fecomércio com outros representantes do setor produtivo. “Internamente, na Federação, uma das primeiras ações foi criar um canal de comunicação com os empresários do setor. Disponibilizamos um plantão jurídico nas áreas tributárias e trabalhistas, auxiliando as empresas no esclarecimento de dúvidas em relação aos decretos governamentais sobre a retomada das atividades econômicas.” Em 60 dias, foram atendidos cerca de 500 empresários.

O Governo do Estado criou um grupo de trabalho, o Comitê Estadual de enfrentamento aos efeitos econômicos da covid-19, para ouvir os empresários. Além de líderes da iniciativa privada, o grupo é integrado por representantes do Gabinete Civil, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo e da Secretaria de Fazenda. O objetivo foi elaborar os critérios e os protocolos para o retorno do comércio e demais setores econômicos de forma gradativa e segura.

“Das 11 propostas da Fecomércio, nove foram aceitas e passaram a compor o Protocolo Sanitário de Distanciamento Social Controlado”, revelou o presidente da entidade. O documento estabelece recomendações gerais que devem ser seguidas por todos os setores econômicos de Alagoas e traz, também, orientações específicas por setor.

Tributos

Dos pleitos encaminhados, o Governo suspendeu temporariamente o pagamento de alguns tributos. Além disso, houve a prorrogação por até seis meses de outros impostos, o que deu fôlego às empresas.

Outra iniciativa bem-sucedida da parceira setor privado-Poder público foi o trabalho de orientação da população acerca das medidas sanitárias a serem observadas durante a retomada das atividades, para que tudo ocorresse de forma segura e responsável.

A ação envolvendo o Sistema Fecomércio-Sesc-Senac Alagoas, o Governo de Alagoas e a Prefeitura de Maceió foi promovida na capital, ao longo da primeira semana de julho, quando o comércio foi reaberto. Em 3 de julho foram autorizados a funcionar lojas ou estabelecimentos de rua com até 400 m², salões de beleza e barbearias. Os shoppings, bares e restaurantes de Maceió foram reabertos no dia 20 de julho.

Máscaras

Gilton Lima destacou ainda outra iniciativa de sucesso do Sistema: a doação de cerca de 4.500 máscaras de tecido. A ação, realizada em parceria com o Sesc-AL e o Senac-AL, foi fruto de um edital lançado em abril, que aliou a prevenção contra pandemia ao caráter social, ao contribuir para a geração de renda de costureiras e microempreendedores individuais.

De toda a produção, foram entregues 830 unidades ao programa Mesa Brasil para serem doadas a instituições assistenciais. As demais foram distribuídas entre os oito sindicatos filiados para serem doadas em seus respectivos municípios. Cada entidade recebeu 300 unidades.

“O sucesso da iniciativa só foi possível por conta da confiança dos profissionais credenciados que, nesse momento delicado de pandemia, somaram forças para a confecção dos produtos, ajudando na luta contra a doença. Somos muito gratos a estes profissionais e aos nossos parceiros.”

Mesa Brasil

O Sesc Mesa Brasil tem continuado ativo durante o período de distanciamento social e paralisação de atividades. O programa conseguiu arrecadar mais de 140 toneladas de alimentos, que foram distribuídos às instituições cadastradas.

Lima aproveitou para agradecer ao presidente da Fecomércio-DF, Francisco Maia, que realizou uma live com músicos para arrecadar alimentos para a população carente do Nordeste, cuja maior parte foi destinada a Alagoas. Ele disse que as 12 mil cestas básicas serão entregues ainda neste mês de agosto.

Turismo

Alagoas é um destino turístico importante no Brasil e, por isso, a pandemia trouxe enorme prejuízo para o segmento, segundo Gilton Lima. Ele lembrou que as empresas entraram o ano de 2020 com a perspectiva de ser um ano melhor, por conta de vários finais de semana prolongados, o que geralmente aumenta o fluxo turístico. 

“Nesse primeiro momento, acredito que o foco é tentar manter o negócio, seja ele qual for na cadeia de valor do Turismo”, analisou. Em função da crise, porém, o dirigente acredita que levará tempo para que os consumidores retomem sua rotina normal de viagens e lazer local.

Em relação às perspectivas para este segundo semestre, o presidente da Fecomércio-AL argumentou que os estabelecimentos enquadrados como essenciais não terão reflexo negativo no seu faturamento. Mas aqueles que ficaram fechados por cerca de quatro meses, na sua avaliação, não arrecadarão o suficiente para recompor o prejuízo dos dias paralisados.

Ele prevê que alguns terão até dificuldades de se manter, enquanto outros sequer voltarão, como muitos bares e restaurantes. “Outros fatores, como a recomposição dos postos de trabalho que não irá acontecer de forma rápida, acabarão por reduzir a velocidade do crescimento”, afirmou.

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