Hamilton Mourão quer metas factíveis e permanentes para a Amazônia

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A Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE) promoveu, em parceria com a Suzano S/A, um evento on-line, no dia 11 de novembro, com a participação do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, sobre ações do governo federal voltadas para a preservação e exploração econômica da Amazônia. O evento, realizado em formato de uma mesa-redonda virtual, contou com a participação do presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros.

Ao perguntar para o vice-presidente quais medidas o governo federal planeja colocar em prática para equalizar as inúmeras adversidades que atingem a região amazônica, Tadros destacou, com preocupação, dois principais desafios: receber auxílio internacional sem que a soberania brasileira sofra interferência; e a falta de povoamento e integração na região, fatores que aumentam a vulnerabilidade do meio ambiente e estimulam a exploração ilegal. Segundo o presidente da CNC, “é necessário povoar a região com responsabilidade ambiental e traçar um projeto de integração com hidrovias, ferrovias e tráfego aéreo, proporcionando uma estrutura que permita o deslocamento desta população e fiscalização efetiva”.

Mourão afirmou que o Conselho Nacional da Amazônia Legal, órgão colegiado presidido por ele, divide suas ações em dois blocos: um para tratar de ações imediatas, como o combate ao desmatamento ilegal, a recuperação dos órgãos de fiscalização e a legalização fundiária; e um segundo bloco para tratar do planejamento estratégico de ações em longo prazo. “Queremos traçar metas factíveis e permanentes para a Amazônia, para além dos governos de turno, como as citadas pelo presidente Tadros. Para isso, levantamos objetivos ligados à proteção, preservação e desenvolvimento, que terão de ser construídos ao longo dos próximos anos para avançarmos nestes três grandes eixos fundamentais”, afirmou o vice-presidente.

Desafios da integração geográfica

Na análise do presidente da CNC, o Brasil ainda tem uma postura tímida em termos de influência exercida na região fronteiriça da Amazônia, onde há prática importante de agricultura, pesca e produção de petróleo. “A Colômbia, por exemplo, é a segunda maior população e economia do continente e está muito mais voltada a negócios com os Estados Unidos e o Caribe do que com a própria Amazônia. Há algum projeto para atrairmos parcerias com nossos vizinhos para investir na região?”, perguntou Tadros.

Mourão disse que a barreira andina e a selva densa criam entraves geográficos que tornam as parcerias mais desafiadoras. “Nossas fronteiras com Peru e Colômbia são pouco vivificadas, com enormes vazios demográficos, mas temos que buscar a integração por conta da riqueza natural na região. Nós estamos nos reunindo com a secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), com a intenção de fortalecer o grupo. O momento é de resgatar projetos conjuntos que rompam barreiras geográficas”, afirmou.

A OTCA é uma organização intergovernamental, fundada em 1995 e constituída por oito países-membros: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, sendo o único bloco socioambiental de países dedicado à Amazônia.

O evento também teve a participação do presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), Paulo Fernando Marcondes Ferraz; do presidente da Suzano, Walter Shacka; do ex-governador do Espírito Santo e presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung; e do biólogo e empreendedor em biotecnologia e florestas Roberto Waack.

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