Um ano de desafios, que termina melhor do que começou

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Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o Brasil está melhor. Houve avanços no plano econômico e no combate à corrupção. Mas ainda há espaço para mais e a CNC, sob sua administração, está pronta a contribuir para a construção de um Brasil mais moderno. Confira a entrevista.

Qual o balanço que faz da situação do País neste final de 2019?

O País está melhor. Um primeiro ponto é em relação à corrupção, que era uma das principais preocupações da população. Não se ouve falar em corrupção no atual governo. No plano econômico, também temos avanços. Venho repetindo que o Brasil conseguiu a independência política de Portugal em 1822. Não obstante isto, a verdadeira independência administrativa e tributária, nós estamos conseguindo só agora. O Brasil é um país altamente burocratizado, altamente regulamentado, o que não se admite numa economia como a nossa, uma das maiores do mundo. As reformas devem continuar. Nem tudo estava errado, mas é preciso modernizar o País, torná-lo mais dinâmico, ágil, dentro do sistema capitalista, sem querer inventar nada.

Que ações destacaria da sua administração neste primeiro ano de mandato?

Por força das circunstâncias, grande parte dos nossos esforços tem sido direcionada para uma agenda institucional forte para mostrar a atuação e o papel importantíssimo desempenhado pelo Sesc e pelo Senac para o País e a população brasileira. Esse esforço tem exigido mais do que seria de se esperar, se levarmos em conta o quanto essas duas instituições fazem pelas empresas e pela população brasileira, principalmente dos segmentos de renda mais baixa, que são o foco da atuação de Sesc e Senac.

Temos, também, buscado trabalhar mais próximos às federações, aos sindicatos. Por exemplo, fizemos convênio com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), com o Banco da Amazônia (Basa) e com o Banco de Brasília (BRB), para facilitar o acesso ao crédito por parte dos empresários e das entidades do Sistema Comércio.

No plano administrativo, as principais ações neste primeiro ano de mandato foram voltadas para ampliar a eficiência e a agilidade dos nossos processos, para fortalecermos ainda mais a Confederação.

O senhor tem destacado a importância da reforma tributária para o País. Quais as chances de concretização da reforma em 2020?

A reforma tributária terá um efeito até mais imediato do que a reforma da Previdência. O sistema tributário brasileiro é oneroso, complexo, ineficiente e injusto. Além de reduzir a carga tributária sobre o setor produtivo, é necessária uma reforma que modernize o sistema tributário, reduzindo sua complexidade, eliminando distorções, aumentando a transparência. E essa deve ser uma agenda prioritária para 2020.

Que pontos são fundamentais para uma reforma tributária que realmente faça a diferença?

Nós, empresários, sempre entendemos que a modernização do sistema tributário é necessária. E ela passa por alguns princípios fundamentais: simplicidade (reduzir a burocracia); equidade; isonomia intersetorial; redução até a eliminação de desonerações e subsídios fiscais para aproximar a tributação da realidade econômica, sem privilégios; eliminar toda forma de cumulatividade; adotar o crédito financeiro, ou seja, acabar com a possibilidade de acúmulo de créditos fiscais, os quais, em alguns casos, assemelham-se a uma captação de recursos do setor privado pelo setor público a custo zero. Por fim, a adoção de um novo modelo não pode deixar de ter um viés de baixa da carga tributária, apesar de reconhecermos a má situação fiscal da União e da maioria dos estados. Para nós, a crise fiscal deve ser atacada pelo lado do corte de despesas e não via aumento de arrecadação.

Como o senhor vê o cenário para 2020?

Teremos um ano melhor em 2020. A economia está reagindo, o ambiente econômico está mais positivo com a reforma da Previdência e outras medidas aprovadas ao longo do ano. Com a continuidade desse processo de modernização administrativa e atualização legislativa, que tem contado com nosso decidido apoio, temos muito que avançar. E o Sistema CNC-Sesc-Senac seguirá trabalhando pelas empresas do setor terciário e pela população, buscando contribuir, de forma efetiva, para o desenvolvimento do País.

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