CNC revisa projeção de vendas para 2021, após novas restrições ao comércio

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A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou sua expectativa quanto ao volume de vendas no varejo em 2021 de +3,5% para +3,1%. A estimativa tem como base a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (12), e aponta recuo no volume de vendas no comércio varejista de 0,2% em janeiro. É a terceira retração mensal consecutiva do setor, após ceder 0,1% em novembro e 6,2% em dezembro. Essa redução pode ser atribuída a uma combinação de fatores, como o fim do programa de auxílio emergencial, mercado de trabalho fragilizado, aceleração da inflação e recrudescimento da pandemia.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, explica que a dependência do comércio físico ainda é muito grande, por mais que os avanços com as vendas on-line tenham sido bastante significativos desde o início do período de isolamento. “A demora na vacinação da população e o aumento recorde de casos estão fazendo com que cidades e estados fechem seus comércios, o que será refletido na crise. Estamos dialogando com as autoridades para mostrar que o comércio formal trabalha com segurança e responsabilidade. A saúde é prioridade, sem dúvida, mas acreditamos que é possível fazê-lo sem descuidar do emprego, da economia e do social”, afirma.

Seis dos dez segmentos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acusaram variações negativas diante do mês anterior, destacando-se as taxas negativas nos segmentos de livrarias e papelarias (-26,5%) e de vestuário e calçados (-8,2%). O varejo de alimentos, cujos preços têm apresentado altas persistentes desde a segunda metade do ano passado, voltou a decepcionar, ao computar sua sétima queda nos últimos oito meses, acumulando retração de 7,2% desde junho. Pela primeira vez em oito meses, houve retração no volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano anterior (-0,3% na comparação com janeiro de 2020).

Cenário desafiador

No início da primeira onda de infecções, o varejo brasileiro contabilizou queda de 17% nas vendas, na comparação entre os meses de abril e março de 2020. “Diante da adoção de novas medidas restritivas a partir de fevereiro e março de 2021, o cenário de curto prazo que se impõe ao setor, certamente, será desafiador, pelo menos até a primeira metade do ano atual”, explica o economista responsável pela análise, Fabio Bentes.

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