Intenção de consumo das famílias tem melhor janeiro desde 2015

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22/01/2020

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) chegou a 97,1 pontos em janeiro de 2020, alcançando seu melhor resultado para um mês de janeiro desde 2015. Em relação ao mesmo período de 2019, houve crescimento de 1,2%. Mesmo com a alta, o indicador ainda permanece abaixo do nível de satisfação (100 pontos), patamar que ocupa desde abril de 2015, quando mediu 102,9 pontos.

Com o ajuste sazonal, o ICF apresentou uma retração mensal de 0,3%. Apesar de ser a segunda consecutiva na série dessazonalizada, a queda foi menos intensa do que a registrada em dezembro de 2019 (-0,8%). De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os números mostram que os consumidores estão cautelosos com seus gastos no curto prazo, mas representam um cenário mais otimista no longo prazo, além de serem um indicativo de que a economia brasileira deve ter um 2020 melhor que 2019. “Os resultados estão alinhados com uma melhora da percepção econômica, já sinalizada pelo aumento da confiança dos empresários do comércio, que também teve seu melhor janeiro em anos. Os indicadores medidos neste primeiro mês traduzem uma recuperação gradual, impulsionados pela inflação baixa e redução nas taxas de juros”, afirma.

Crédito

O item Acesso ao Crédito apresentou aumento mensal de 0,3%, após queda de 1,2% em dezembro. O indicador atingiu 91,7 pontos, o maior nível desde maio de 2015. Na comparação anual, o crescimento foi de 5,6%. A melhora na percepção das famílias em relação ao mercado de crédito também pode ser constatada pela redução da quantidade de brasileiros que acredita que comprar a prazo está mais difícil: 39%, contra 39,7% em dezembro último e 40,5% em janeiro de 2019.

Na esteira do crédito, a situação para aquisição de Bens Duráveis também se apresentou mais propícia. A parcela de brasileiros que avaliou o momento como positivo para comprar este tipo de bem atingiu 34,6%, o maior percentual desde abril de 2015 e acima tanto dos 32,7%, observados no mês anterior, quanto dos 32% aferidos em janeiro passado. Dos sete componentes do ICF, este foi o item que apresentou as maiores variações positivas em ambas as bases de comparação – mensal (+3,3%) e anual (+7,4%) –, chegando ao melhor patamar desde abril de 2015: 77,5 pontos.

Renda

Outro destaque foi o indicador Renda Atual, que apresentou crescimento de 3,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, chegando a 112,7 pontos e alcançando o maior nível desde maio de 2015. Este item, bem como Emprego Atual, registrou retração no comparativo mensal. Segundo Catarina Carneiro da Silva, economista da CNC responsável pelo estudo, tais quedas podem ser explicadas pelo fato de janeiro ser um mês no qual uma parte dos contratos de empregos temporários é encerrada: “Normalmente, também há uma redução de renda neste período, visto que os funcionários não sentem os efeitos do benefício do décimo terceiro e da disponibilidade do saque do FGTS, como em dezembro. Além, claro, dos gastos sazonais no início do ano, como IPTU, IPVA e matrículas escolares”.

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