Crise do coronavírus resultou em mais de 530 mil demissões em SC, aponta pesquisa

Compartilhe:

O Sebrae/SC, a Fiesc e a Fecomércio SC divulgaram nesta terça-feira (12/05) a 3ª edição da pesquisa que apresenta o impacto da pandemia do novo coronavírus na economia do Estado.

De acordo com a sondagem, que analisou o universo dos pequenos negócios e das médias e grandes empresas, cerca de 530 mil pessoas já perderam seus empregos desde o início da crise provocada pela pandemia da Covid-19.

Para a pesquisa, foram ouvidos 2.547 empresários, de todas as regiões de Santa Catarina, entre os dias 4 e 6 de maio. A margem de erro é de 1.9 ponto percentual para mais ou para menos.

De acordo com a pesquisa, 86,7% das empresas do Estado já estão em atividade após as medidas de relaxamento da quarentena anunciadas pelo governo.

Porém, 41,7% estão com redução na produção, 22% com mudança no funcionamento, 12,4% ainda aguardam liberação, e 0,9% fecharam as portas e não voltam a funcionar. “Atualmente, 114 mil empresas estão inoperantes em Santa Catarina.

Microempreendedores

Os microempreendedores individuais são os mais afetados, já que 28,7% deles seguem com as atividades suspensas ou fecharam as portas.

A retomada das atividades é um destaque positivo desta edição da pesquisa, mas ainda são muitos os negócios fechados que estão somando prejuízos. Além do que, seis a cada dez negócios que voltaram a operar estão com produção reduzida”, comenta o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.

Comércio e Serviços

Os setores de comércio e os serviços foram fortemente impactados com a suspensão total ou parcial das atividades.

Com a política de distanciamento e isolamento social, 20% das empresas do setor de serviços estão temporariamente fechadas e 1,2% não devem mais abrir as portas.

Já no comércio, 92% dos estabelecimentos estão mantendo algum nível de atividade. “Os empresários estão buscando soluções para garantir a sobrevivência dos negócios, que mantém os empregos e a renda das famílias em Santa Catarina. Ainda assim, 35,1% das empresas reduziram o quadro de funcionários. A queda no volume de vendas chegou a 73,6% no serviços e 65,2% no comércio.”, avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

Segundo Breithaupt, O cenário pela frente é ainda incerto. A pesquisa aponta que 70% das empresas devem levar de seis meses a dois anos para se recuperar.

Mercado de trabalho

Em relação às demissões, 41,4% dos entrevistados afirmam ter demitido desde o início da crise. Na última medição, feita em abril, o percentual era de 34,45%.

Com isso, estima-se que mais de 530 mil pessoas já perderam os seus empregos em Santa Catarina. “Mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento e com as medidas adotadas pelos governos para auxiliar as empresas, muitas seguem sem alternativa. Somente nos últimos 19 dias cerca de 124 mil catarinenses perderam seus empregos, 30,6% a mais do que a última pesquisa realizada em abril”, analisa o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro.

Salário e Jornada

Essa edição da pesquisa também ouviu os empresários sobre a adoção das medidas previstas na MP 936/20.

A suspensão temporária do contrato de trabalho foi adotada por 24,7% das empresas, e a redução proporcional da jornada de trabalho e salários foi adotada por 22% das empresas catarinenses. Com isso, 408 mil catarinenses estão em regime de suspensão do contrato de trabalho e 462 mil tiveram a sua jornada de trabalho e salário reduzidos. “A soma dos números de demissões, suspensões de contratos e reduções de jornada/salário dá uma dimensão muito clara do forte impacto que a crise tem sobre a economia e como ela afeta as famílias catarinenses. A retomada precisa iniciar já”, diz o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.

Mario Cezar ressalta, ainda, o risco de desorganização social que pode gerar e o tamanho do desafio posto para voltarmos à rota de crescimento, demostrada pelos números.

Vendas e faturamento

Em relação ao faturamento, 91,3% dos entrevistados apontam queda nas vendas internas, e dos que exportam, 73,9%. A perda total de faturamento representa 56,5% total do esperado para o período.

Estima-se que a perda total de faturamento das empresas catarinenses já soma R$16.2 bilhões.

Crédito

O momento crítico faz com que muitas empresas busquem crédito para se manterem ativas.

A pesquisa apontou que desde o início da crise, 49,2% dos empresários buscaram crédito, porém somente três em cada dez tiveram acesso. Dos que não tomaram crédito, 34,2% alegaram juros altos, 31,1% falta de linhas para o seu perfil empresarial, 29,9% falta de garantia e 9,6% falta de avalista.

“O acesso ao crédito é um desafio principalmente para as micro e pequenas empresas. Neste momento, isso se torna ainda mais evidente. É preciso reforçar as alternativas de auxílio a esses empreendedores”, avalia o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.

Impacto por região

A pesquisa traz ainda o impacto da crise nas sete regiões de Santa Catarina.

36,9% dos empresários da Grande Florianópolis afirmaram ter demitido ao menos dois funcionários no último mês. O número total de pessoas que perderam o emprego é de 96.278. A perda de faturamento na região é estimada é R$2,67 bilhões.

Veja dados completos no site.

Leia mais

Scroll to Top