Turismo de eventos movimenta R$ 6,3 bilhões por ano

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11/12/2019

Representantes nacionais do turismo de eventos defenderam, durante o Eventos Brasil, realizado pela primeira vez em Fortaleza, a importância do segmento, que recebe R$ 6,3 bilhões em investimentos por ano, gerando 7,5 milhões de empregos e movimentando 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

No talk show de abertura, em 3 de dezembro, Luiz Gastão Bittencourt, vice-presidente Administrativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente licenciado do Sistema Fecomércio Ceará, explicou o estudo de Impacto Econômico do Turismo de Eventos Realizados em Fortaleza, no ano passado. O total gasto por turistas que visitaram a cidade ao participar de eventos foi de R$ 549,6 milhões. “Cinquenta e dois setores da economia são ligados ao turismo de eventos”, elucidou ele, que apontou o impacto social de desenvolvimento urbano e infraestrutura para a cidade.

O palestrante apresentou o case da Mostra Sesc de Culturas Cariri, que acontece há 20 anos e cuja última edição teve público de 320 mil pessoas em 23 cidades. O encontro cultural é responsável por aumentar a taxa de ocupação de hotéis, o consumo em bares e restaurantes e movimentar todo o setor de turismo.

“Através de um evento, é possível mudar o foco de uma região”, ressaltou Gastão. Em sua apresentação, mencionou os projetos culturais liderados pelo Sistema Fecomércio, como os Museus Orgânicos de Mestres da Cultura e a campanha pelo reconhecimento da Chapada do Araripe como Patrimônio da Humanidade.

Entre as principais limitações encontradas pelo setor de turismo de eventos, citou a dificuldade de captação de recursos. “Assinamos convênio com o Banco do Nordeste e estamos discutindo financiamentos específicos ao setor de turismo de eventos para o Nordeste. Os eventos são grandes parceiros não só do governo, mas dos setores econômicos”, afirmou o vice-presidente da CNC.

Maurício Filizola, presidente do Sistema Fecomércio Ceará, apresentou as ações para desenvolvimento e renovação do empresariado, entre elas o Inovacom, o Hub do Comércio, lançado em novembro. “O Inovacom que dá suporte à área de eventos, temos parcerias internacionais que visam facilitar e trazer o empresário para este momento que é tão desafiante”, afirmou.

“Quando se fala de eventos, toda a cadeia está interligada”, explicou Filizola. Enquanto o Sesc realiza grandes encontros, como as Mostras de Cultura, que em 2020 serão expandidas para três regiões do Ceará (Ibiapaba, Sertão Central e Cariri), o Senac atua na capacitação para atendimento do setor. “São parcerias de formação para o Comércio, para que recebam bem o turista e despertem neles o desejo de voltar”, enfatizou.

Recuperação

“A cadeia produtiva de turismo tem sido a locomotiva de recuperação do País”, afirmou Alexandre Sampaio, presidente nacional do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur). Os dados apresentados por ele são pesquisa inédita sobre Turismo Faturamento e Emprego no Turismo, apontando que, até julho de 2019, o faturamento das empresas brasileiras de turismo foi de R$ 136,731 bilhões. Sampaio, que também preside a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), informou que, no Ceará, os dois setores arrecadaram, até outubro deste ano, R$ 268 milhões.

A secretária executiva do Turismo do Estado do Ceará, Denise Carrá, falou do crescimento de 6,4% na atividade turística do Estado. “O Ceará torna-se uma porta de entrada para o turismo no Brasil. Quanto mais fácil o acesso, mais o destino se torna conhecido.” Segundo a secretária, o governo tem atuado em três frentes: captação de novos voos, publicidade e promoção do Ceará como destino turístico e obras para melhoria de infraestrutura. Carrá destacou que o Ceará teve aumento de 68% na oferta de voos, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil.

Fátima Facuri, presidente da Abeoc Brasil e uma das organizadoras do Eventos Brasil 2019, o 28º Congresso Brasileiro de Empresas e Profissionais de Eventos, anunciou que 1.400 feiras já estão programadas para 2020. “Eventos geram impacto absurdo dentro de uma cidade, feiras geram volumes de negócios, não reconheço crise no segmento de eventos.”

Circe Jane, presidente do Sindieventos, explicou que o sindicato vem defendendo os interesses do setor, participando da elaboração de legislação que interfere no trabalho das empresas de eventos. O  Sindieventos também realizou eventos em parceria com empresas associadas, como a Fenacce e o World Beach Sport (WBS).

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