Ministro Marcelo Antônio anuncia investimentos no Turismo

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07/08/2020

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, participou, em 5 de agosto, da segunda live da série Turismo em Movimento, exibida nas redes sociais da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), anunciando investimentos do ministério e analisando as perspectivas do setor diante da pandemia mundial. Também participou o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e coordenador do Cetur da CNC, Alexandre Sampaio.

Marcelo Antônio revelou que a equipe do ministério já tem prontas grandes campanhas promocionais, incentivando o turismo doméstico para equilibrar, no médio e no longo prazos, a balança comercial do turismo, que é extremamente deficitária. O turismo brasileiro deixa US$ 19 bilhões no exterior, enquanto os estrangeiros vêm aqui e gastam apenas US$ 6 bilhões por ano.

Há estudos que mostram que os brasileiros estão mais propensos a viajar internamente, disse o ministro. “Então, temos que aproveitar isso e, no médio prazo, passar de 60 milhões para 100 milhões de pessoas circulando pelo País. Vamos também investir mais em promoção. No ano passado, foram apenas US$ 8 milhões.”

Internacional

O ministro falou ainda sobre iniciativas para incentivar segmentos dentro do setor turístico, uma ação coordenada pela Secretaria de Atração de Investimentos. Deu como exemplo o acordo de cooperação do MTur com o Ministério da Economia de Portugal para recuperar prédios subutilizados. A meta é implantar no Brasil o Programa Revive, com o objetivo de aproveitar imóveis do patrimônio histórico brasileiro com natureza turística.

Para pôr em prática a parceria, foi criado um grupo de trabalho, no qual o Brasil será representado por técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Portugal tem a experiência de já ter investido cerca de 200 milhões de euros em prédios do patrimônio histórico.

No Brasil, segundo o ministro, já foram identificados imóveis de mais de 300 patrimônios degradados, alguns deles subutilizados, que entraram no radar do Revive. Pelo menos 12 deles foram pré-qualificados, quatro dos quais já estão sendo trabalhados como pilotos.

A seguir, ainda sem data determinada, serão lançados editais para a concessão do espaço. A empresa ganhadora se obrigará a contrapartidas. Ao garantir contratualmente a conservação do patrimônio, a empresa poderá exercer sua atividade econômica, seja hotel, seja restaurante, criando empregos e gerando renda, além de um ponto turístico preservado.

Antonio defendeu ainda esse tipo de parceria em busca de propostas e soluções que contribuam para o processo de retomada gradativa dos negócios no segmento turístico. “É uma iniciativa fundamental, e, nesse sentido, vejo como muito positiva a aliança da Embratur com o trade turístico. Com o seu atual caráter de serviço social autônomo, à Embratur é permitido parceria com a iniciativa privada. O ministério dará o suporte à efetivação desses acordos.”

Inovação

O ministro falou ainda sobre o lançamento do 1º Desafio Brasileiro de Inovação em Turismo, uma competição inédita aberta a startups, incentivadas a apresentar ideias inovadoras que ajudem a reativar e construir o futuro do Turismo no contexto pós-pandemia. A realização do Desafio terá a colaboração da hub global de inovação e tecnologia Wakalua, que está se instalando no Brasil até o fim deste ano.

A Wakalua é parceiro da Organização Mundial do Turismo (OMT) e promove suas ações por meio de colaborações público-privadas em diversas regiões do mundo, envolvendo startups, investidores, corporações, governos, instituições não governamentais e academia vinculados ao setor.

“Essa é uma das agendas mais importantes do Ministério do Turismo. Pensar turismo com o uso de tecnologia e inovação é básico no processo de desenvolvimento da cadeia produtiva”, explicou. Para ele, a solução para vários gargalos do setor no Brasil pode vir do trabalho da Wakalua.

Cetur

Na segunda etapa da live, Alexandre Sampaio conversou com a jornalista Luciana Neto sobre os desafios do Cetur no pós-crise. Segundo ele, a pandemia foi “catastrófica para o Turismo”, em todos os seus segmentos: hotéis, restaurantes, parques temáticos, promoção de eventos, agências de viagem, entre outros, “e o próprio ministro Marcelo Antonio reconhece isso”.

O que falta, na sua avaliação, é o ministério se juntar ao compromisso do G20+ Brasil – grupo formado por associações representativas da cadeia produtiva do Turismo brasileiro, que se uniram para fortalecer pleitos do setor. Muitas das entidades fazem parte do Cetur da CNC.

Uma das demandas do G20+ Brasil  é tentar convencer o ministro da Economia, Paulo Guedes, a estender a validade da Lei nº 14.020/2020 (antes MP nº 936), que permite a suspensão de contratos de trabalho e a diminuição salarial e de carga horária do trabalhador pelo período de 120 dias, pelo menos, até o fim deste ano para as empresas do Turismo.

Sampaio argumenta que o segmento foi o mais atingido pela crise e já amarga perdas de faturamento de R$ 153 bilhões, entre março e julho. “A cadeia do Turismo, pela sua importância na economia e principalmente por ser intensiva na contratação de trabalhadores, merece um atendimento especial.”

Outro foco importante da ação do Cetur é o Fundo Geral do Turismo (Fungetur), linha de financiamento destinada preferencialmente a micro, pequenas e médias empresas para aplicação em melhoria da infraestrutura turística e capital de giro. Haverá a disponibilização de crédito extraordinário de R$ 5 bilhões para os setores da cadeia do Turismo. A MP nº 963, que cria o Fungetur, no entanto, está parada na Câmara dos Deputados, aguardando relator, segundo Sampaio.

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