Pesquisa apoiada pela CNC faz radiografia do setor de agenciamento de viagens no Brasil

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29/09/2020

Com apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Federação Nacional de Turismo (Fenactur) produziu um estudo especial sobre as características e particularidades do setor de agenciamento de viagens no Brasil, que reúne aproximadamente 23 mil agências de turismo e gera cerca de R$ 10 bilhões em serviços por ano (sem contar o que é movimentado através do serviço intermediado)*, com valor adicionado de R$ 6,3 bilhões. Todo o trabalho técnico foi realizado pelo Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo (Ipeturis), do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur-SP), com base nos resultados de pesquisas de campo realizadas nos últimos cinco anos para o estudo “Indicadores Econômicos do Agenciamento Turístico Nacional”.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que a pesquisa “Caracterização do Setor de Agenciamento de Viagens” é fruto de convênio firmado entre a Confederação e a Fenactur, no fim do ano passado. “Um dos objetivos dessa parceria é justamente a realização de estudos técnicos que ajudem no desenvolvimento do turismo nacional, um setor de grande importância para o País e que foi um dos mais atingidos pela crise da covid-19”, afirmou Tadros.

De acordo com o presidente da Fenactur, Michel Tuma Ness, a realização deste primeiro estudo reforça a contribuição da Federação com o Sistema CNC-Sesc-Senac. “Representamos 21 sindicatos e quase 25 mil empresas de turismo, sendo 23 mil agências, e nosso setor responde por aproximadamente 73 mil empregos diretos”, disse ele. Segundo o estudo, o segmento de agenciamento turístico é composto, quase em sua totalidade, por micro e pequenas empresas: 95% de todas as empresas do setor têm até dez trabalhadores diretos. No total, a média de trabalhadores por empresa é de 2,73, e os gastos com pessoal chegam a R$ 3,8 bilhões.

A pesquisa também mostra que 51% das empresas de agenciamento turístico no Brasil estão concentradas no Sudeste. O Sul e Nordeste também apresentam parcelas expressivas, com 20% e 17%, respectivamente. “As participações de cada região se mantiveram essencialmente estáveis entre 2006 e 2018, com uma pequena perda de participação do Nordeste (- 0,7%) e um ligeiro ganho da região Sul (+0,4%)”, destacou Marciano Freire, presidente do Ipeturis.

As passagens aéreas representam 42% das vendas das empresas do setor, seguidas por pacotes turísticos (35%) e hospedagem (13%). O estudo revela ainda que 56% das vendas são para pessoas físicas e 38% para as empresas privadas. Os destinos nacionais (55%) são a preferência da maioria dos brasileiros, em comparação com as viagens internacionais (45%).

Tributos
A arrecadação pelo governo, por meio de tributos cobrados sobre as empresas de agenciamento de viagens, também é alta. Entre 2011 (R$ 700 milhões) e 2019 (R$ 1,8 bilhão), a arrecadação caiu apenas em 2015 (de R$ 1,4 bilhão, em 2014, para R$ 1,3 bilhão), apresentando um crescimento total de 144% no período.

Diretor da CNC responsável pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação, Alexandre Sampaio reforça a necessidade de adoção de medidas econômicas mais audaciosas voltadas especificamente para o setor de Turismo, um dos mais impactados pela crise provocada pelo novo coronavírus. Sobretudo com o fechamento das fronteiras em diversos países, o que fez reduzir drasticamente o fluxo de turistas no Brasil desde março. “Precisamos minimizar os efeitos nocivos da recessão sobre os níveis de emprego e a capacidade de arrecadação tributária por parte do setor”, concluiu Sampaio.

 

*De acordo com a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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